Reflexoes eleitorais - Ricardo Bergamini

Reflexão Eleitoral
Ricardo Bergamini
O brasileiro por deformação cultural, da época do império, acredita piamente em um salvador da pátria (um imperador) para resolver todos os nossos problemas, assim sendo dedicam quase que exclusivamente o seu tempo na escolha do presidente da república. Podemos afirmar não haver nenhum debate para escolha dos participantes do Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores).
Todos sabem que governar nada mais é do que administrar os escassos recursos financeiros disponíveis, assim sendo podemos afirmar, de forma cabal e irrefutável, que ter poder nada mais é do que ter o controle do dinheiro.
Em vista do abaixo exposto o presidente da república de plantão tem controle apenas sobre 17,79% do orçamento da União e o Congresso Nacional sobre 82,21%, é óbvio e ululante, que quem tem o poder quase absoluto no Brasil é o Congresso Nacional, sendo um “parlamentarismo meia-sola”, sem “primeiro ministro”, por isso e somente por isso, o Brasil desde 1988 vive eternamente nessa bagunça politica e econômica. 
Ou a sociedade brasileira muda o seu foco de ação, ou o Brasil caminha para o fim do mundo. Não há milagres. Tudo depende da sociedade de um país: qual seja: 
Na tragédia brasileira não existem inocentes. Somos todos cúmplices por omissão, covardia ou conivência (Ricardo Bergamini).
Análise da baixa eficácia da lei que limita os gastos públicos, tendo servido apenas para concorrer ao “Oscar de Efeitos Especiais” do governo de plantão, que faz parte do seu espetáculo para vender a farsa da moralidade pública e austeridade fiscal. Haja vista que as quatro primeiras rubricas abaixo (82,21% das despesas totais) são constitucionais, ou seja, não dependem do governante de plantão.
- Gastos com Pessoal (inclui RPPS) não obedece aos governantes de plantão, mas sim as cláusulas pétreas da Constituição com os seus ilimitados e intocáveis direitos adquiridos. Correspondeu a 14,87% das despesas em 2017.
- Juros e amortizações não obedecem aos governantes de plantão, mas sim as leis do mercado financeiro. Correspondeu a 25,62% das despesas em 2017.
- Transferências para estados e municípios não obedecem aos governantes de plantão: as constitucionais obedecem aos percentuais estabelecidos na Constituição em função da receita da União, e as voluntárias dependem das catástrofes naturais (São Pedro). Correspondeu a 15,00% das despesas em 2017.
- Benefícios Previdenciários (RGPS), segundo o próprio governo, as previsões são catastróficas e dependendo de uma reforma, seja ela qual for essa reforma somente terá efeito prático de muito longo prazo. Correspondeu a 26,72% das despesas em 2017.
Em vista do acima exposto somente restou ao governo controlar as “outras despesas correntes”. Correspondeu a 13,74% das despesas em 2017. 
Após o acima colocado sobraram apenas às inversões financeiras e os investimentos. Corresponderam a 4,05% em 2017. 
Ricardo Bergamini

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